Algo está errado
Quando Maddie Hemsworth, de 10 anos, chegou atrasada à escola, chorando mais de uma vez, a professora percebeu que algo estava muito errado.
Ela chamou-a à parte e perguntou-lhe o que se passava. Mas Maddie não respondeu. Foi então que a professora decidiu seguir a menina naquela noite. Mas o que ela descobriu levou-a a correr para as autoridades.
Leslie Orellana
A professora de ciências do ensino fundamental Leslie Orellana adorava ensinar e orientar os alunos. Era seu orgulho e alegria, uma das poucas coisas que lhe traziam felicidade genuína.
Ela sempre adorou ver seus alunos sorrirem enquanto passava os dias com eles. Então, quando Maddie começou a chegar atrasada e com lágrimas nos olhos, Leslie soube que precisava intervir.
Uma guardiã experiente
Mas Maddie não falava nada. Como guardiã experiente, Leslie percebeu que a menina tinha medo de falar, o que a deixou muito preocupada.
Maddie sempre fora uma menina alegre e educada. Ela também era destemida e sempre encarava o mundo de cabeça erguida. Era apenas uma questão de tempo até Leslie formular um plano para trazer esse mistério sombrio à luz.
Uma menina talentosa
Leslie conhecia Maddie desde que ela ingressou na escola secundária da cidade, três anos antes. Ela se orgulhava da menina corajosa e igualmente talentosa, vendo Maddie ser a melhor da turma repetidas vezes.
Como professora, Leslie sabia que Maddie iria longe. Mentes tão brilhantes sempre iam. Mas uma mudança no comportamento da menina e os atrasos constantes mudaram a percepção da professora quase instantaneamente.
Uma bela manhã de segunda-feira
Tudo começou em uma bela manhã de segunda-feira. O sinal para a primeira aula já havia tocado e os corredores estavam vazios, com os alunos já em suas respectivas salas de aula.
Leslie estava indo para sua primeira aula, com seus materiais didáticos debaixo do braço, enquanto corria pelo corredor da escola. Ir para a aula para ensinar era geralmente um de seus momentos favoritos. Leslie estava cheia de entusiasmo. Mas ela não tinha ideia do que estava prestes a encontrar.
Indo para a aula
Leslie estava correndo pelo corredor quando ouviu um grito fraco ecoar pelo corredor solitário. Ela parou, franzindo as sobrancelhas.
Ela estava ali há tempo suficiente para reconhecer um sinal de socorro quando ouvia um. Segurando seus gráficos com as duas mãos, ela se virou, aguçando os sentidos para poder localizar a origem do grito.
Vendo Maddie
Não demorou muito para Leslie identificar com precisão de onde vinha o som. Ela caminhou até a entrada principal da escola e, bem ali, sentada nos degraus, estava Maddie.
A menina tinha envolvido as pernas com os braços enquanto estava sentada. Ela também tinha baixado a cabeça, aparentemente derrotada, e estava soluçando. Leslie se aproximou.
Seja gentil
“Maddie”, ela chamou com muita gentileza. “O que você está fazendo aqui fora? A aula já começou.” Ela se aproximou da menina, abaixando-se assim que chegou perto o suficiente.
“Você está bem?” Ela percebeu as lágrimas escorrendo pelo rosto de Maddie. A menina enxugou-se rapidamente e forçou um sorriso. Ela parecia procurar palavras, mas depois de um segundo, apenas acenou com a cabeça e se levantou.
O SUV preto
Leslie foi atrás dela. Ela estava prestes a perguntar a Maddie por que ela estava lá fora novamente quando percebeu que os olhos da menina estavam fixos em algo atrás dela.
Foi quando a professora se virou, imaginando o que Maddie estava olhando. Foi então que ela viu o SUV preto empoeirado estacionado do lado de fora do portão. O motorista, aparentemente percebendo a professora, rapidamente foi embora.
Levando-a para a aula
“Vamos”, Leslie pegou a mão de Maddie, seus olhos ainda fixos no SUV que desaparecia na esquina. Felizmente, a primeira aula de Maddie era ciências, que Leslie iria dar.
Mas, enquanto acompanhava a menina até a sala de aula, percebeu que Maddie ainda estava muito chateada. O problema era que ela não falava nada. Mas essa não era a pior parte.
O problema
Leslie percebeu que Maddie ainda chorava, embora silenciosamente. Ela nem se preocupava em enxugar as lágrimas, apenas as deixava escorrer livremente enquanto caminhava ao lado da professora.
Leslie teve que parar e se ajoelhar. “O que há de errado, Maddie?”, ela perguntou. Mas Maddie permaneceu calada. Leslie teve que levá-la ao banheiro para se limpar antes de irem para a aula. Ela achou que isso seria algo pontual, sem saber que seria uma ocorrência diária.
Na aula
Por dois dias consecutivos, Maddie chegou atrasada à escola. Então, um dia, ela não apareceu na aula por trinta minutos enquanto Leslie lecionava. A mesa da menina estava vazia e, quando Leslie perguntou às amigas se ela tinha entrado, elas balançaram a cabeça negativamente.
A professora teve que interromper a aula, dividindo os alunos em grupos antes de dar-lhes tarefas para serem realizadas nesses grupos. Feito isso, ela saiu correndo da sala.
Procurando por ela
Leslie não sabia para onde estava indo. Seus passos ecoavam no corredor vazio enquanto ela corria para a entrada da escola. Era lá que ela tinha encontrado Maddie pela última vez. Quais eram as chances de encontrá-la lá hoje também?
Ela entrou correndo pela entrada da escola, mas Maddie não estava na escada. A professora estava prestes a voltar quando avistou a menina. Seu coração parou.
Lá está ela
Maddie estava passando pelo portão principal, com os olhos inchados. Suas roupas estavam amarrotadas e desarrumadas, como se ela tivesse se envolvido em uma briga de rua. Seu cabelo também estava emaranhado e despenteado.
Ela ficava esfregando o pescoço e as costas, como se estivesse com dor. Lágrimas brotaram de seus olhos assim que viu Leslie. Atrás dela, o SUV preto arrancou com um guincho, desaparecendo na esquina, como no dia anterior.
Chateada
Leslie não precisou olhar duas vezes para Maddie para perceber que ela estava mais chateada do que o normal. Ela parecia pior do que antes, com os olhos vermelhos e inchados, o cabelo despenteado e as roupas amarrotadas.
Seu humor parecia ter piorado ainda mais, pois ela nem conseguia olhar Leslie nos olhos. Ela nem mesmo acenava com a cabeça ou balançava a cabeça para responder às perguntas da professora, como costumava fazer. “Vamos faltar à aula”, disse Leslie. “Podemos passar um tempo na sala dos professores. Tenho um pote de sorvete que você vai gostar”, sugeriu a professora.
Sua resposta
Mas Maddie, uma verdadeira amante de sorvete, não respondeu. Ela não fez nenhum gesto que indicasse sua posição sobre o assunto.
Mas suas lágrimas dobraram e ela começou a caminhar para a aula, deixando Leslie perplexa para trás. A professora já tinha tido o suficiente. Ela precisava chegar à raiz do problema rapidamente. O bem-estar de Maddie dependia disso.
Convocando-a
Naquela tarde, Leslie convocou Maddie para a sala dos professores imediatamente após o almoço. Caminhando na linha entre uma guardiã gentil e uma professora autoritária, ela pediu à aluna que se sentasse ao seu lado.
“Maddie”, ela começou em um tom leve, com um sorriso adorável no rosto. “Percebi que você tem estado muito infeliz ultimamente. Você também tem chegado atrasada à escola. Há algo acontecendo em casa que você queira me contar?”
Ela finalmente fala
Leslie ficou brincando com os dedos por um longo tempo. Seus olhos, fixos no chão, já estavam brilhantes de lágrimas. Ela reuniu as palavras para se expressar pela primeira vez desde que esse problema começou.
“Eu... eu não quero ir para casa”, disse ela. Uma gota grande e incolor já havia rompido a espessa linha de lágrimas sob seus olhos. Ela rolou por sua bochecha, e ela não se preocupou em enxugá-la. “Posso ir para casa com você?”, perguntou ela.
Por quê?
“O quê?”, perguntou Leslie antes de esconder a surpresa de seu rosto. “Como assim você não quer ir para casa?” O coração da professora se partiu. Havia mais nessa história, e ela precisava descobrir o que era.
Mas ela também não podia pressionar Maddie a falar. Havia o risco de ela se fechar completamente. Leslie já havia notado o medo brilhando em seus olhos. Ela podia vê-lo nos lábios trêmulos da menina. Ela decidiu abordar o assunto de outra maneira.
Às vezes, as coisas ficam difíceis
“Oh, querida”, ela começou, finalmente deixando de lado sua postura autoritária de professora. “Eu sei que às vezes as coisas ficam difíceis em casa. Tudo bem. Mas estou aqui para te ajudar. Você pode me contar qualquer coisa, sabe disso, certo?”
Ela precisava tranquilizar Maddie de que estava do lado dela. Precisava mostrar que confiar nela não a colocaria em apuros. Para sua surpresa, funcionou!
Deixe-me ir com você
Maddie assentiu e disse: “Deixe-me ir com você, Sra. Leslie. Mesmo que seja só por uma noite.” Ela olhou para Leslie, com as lágrimas se multiplicando. Ela sabia que tal pedido era impossível.
Uma alternativa
Leslie sabia que precisava ajudar sua aluna. Ela teria noites sem dormir se deixasse Maddie sofrer sozinha com isso. Mas o que a professora poderia fazer quando nem sabia o que estava acontecendo?
Depois de respirar fundo para clarear a mente, ela disse: “Fugir dos nossos problemas nunca é a solução, Maddie. Nós nos mantemos firmes e enfrentamos o problema de frente. Embora ir comigo ajude, resolver o seu problema para que ele nunca mais aconteça será ainda melhor!”
Nada feliz
Ela esperava que Maddie entendesse a lógica do seu raciocínio. Mas a menina não estava nada feliz. Lágrimas escorriam pelo seu rosto e ela se soltou dos braços de Leslie.
Ela olhou para Leslie com um olhar de pura traição. Esse olhar partiu o coração da professora, fazendo-a desejar não ter sugerido resolver o problema de Maddie. Antes que a professora pudesse reagir, a menina já havia fugido.
Uma tarde tranquila
Leslie sentou-se em silêncio na sala dos professores. Ela estava sem saber o que fazer. Levada ao extremo, decidiu seguir Maddie assim que a escola terminasse.
Maddie já havia revelado o suficiente. A origem desse problema estava profundamente enraizada em sua vida familiar. Leslie iria segui-la para ver o que estava acontecendo. Se ela soubesse o que estava prestes a descobrir...
Hora de agir
A noite chegou e Leslie, curiosa, correu para seu carro no estacionamento da escola. Mas ela não saiu dirigindo, optando por esperar até que o SUV preto viesse buscar Maddie.
Ela teve que esperar um pouco, porque o SUV chegou tarde da noite, depois que todas as crianças tinham ido para casa. O coração de Leslie se partiu ao ver Maddie, banhada em lágrimas, indo em direção ao veículo. Ela se perguntou se tinha cometido um erro ao não concordar em levá-la para casa.
Seguindo-os
A menina entrou no SUV e Leslie ligou o carro. Ela esperou o SUV partir antes de segui-lo. Leslie sentiu um nó no estômago enquanto seguia o veículo. Havia algo errado com a situação.
O motorista do SUV fez algumas curvas e seguiu para o centro da cidade, para uma área suspeita onde poucas pessoas frequentavam. Ela observou o SUV parar e um homem sair. Logo depois, Maddie também saiu.
Seu pai
Leslie observou com interesse. Ela já havia reconhecido o homem como o pai de Maddie. Ela o havia encontrado em várias ocasiões ao longo dos anos. Mas ele parecia diferente. Para começar, ele usava roupas esfarrapadas e parecia não cortar o cabelo há algum tempo.
Ele também parecia sonolento, cambaleando antes de se encostar na parede. Ele disse algo para Maddie, e a menina assentiu docilmente. Mas seus olhos estavam molhados de lágrimas. O homem começou a gesticular. Leslie não conseguia ouvi-lo, mas percebia que ele estava chateado ou muito animado. Ele começou a se aproximar de Maddie, e foi então que aconteceu.
Pedindo ajuda
Leslie observava atentamente, com os dedos apertados no volante. Mas assim que o pai de Maddie começou a se aproximar da menina, ela pegou o telefone e ligou para as autoridades.
Seu alarme de perigo disparou em seu cérebro. Ela podia ver o medo nos olhos da menina. Isso não podia ser bom. Felizmente para ela, um carro de patrulha estava por perto e parou no local sem perder um segundo.
Hora da verdade
Leslie saiu do carro assim que as autoridades saíram do deles. Ao vê-la, Maddie veio correndo, com o rosto banhado em lágrimas. Ela abraçou Leslie com força, soluçando e chorando. Seu pai observava e, por um segundo, parecia magoado.
As autoridades se aproximaram dele. Leslie esperava que ele resistisse, mas ele não resistiu. Eles começaram a fazer perguntas e ele respondeu de boa vontade. Foi então que Leslie percebeu que havia cometido um erro.
Uma explicação necessária
O pai de Maddie explicou tudo, desde os atrasos matinais até o motivo pelo qual sua filha parecia desalinhada e chorava. Cerca de um ano atrás, ele descobriu que sua esposa lhe era infiel. Naturalmente, ele pediu o divórcio. Mas ele não tinha ideia de que ela estava fazendo empréstimos em seu nome e estourando o limite de seus cartões de crédito.
Em seis meses, ele e Maddie se viram nas ruas. O banco havia levado tudo o que eles tinham, e sua ex-esposa desaparecera em um lugar que só Deus sabia onde era. Recentemente, ele havia encontrado um emprego como manobrista durante o dia, o que lhe rendeu um SUV preto – um carro da empresa. Infelizmente, todo o dinheiro que ganhava era usado para pagar suas dívidas. Mas sua explicação pouco esclareceu o motivo pelo qual sua filha estava sempre atrasada.